Brasileiros só podem entrar no Afeganistão, Tonga e mais 6 países
Existem restrições fortes em 117 país e moderada em outros 100 para tentar frear o contágio por covid-19 em seus territórios
O brasileiro que estiver disposto a viajar, seja por turismo, negócios ou assuntos pessoais, para fora do país em meio à pandemia de covid-19 tem cada vez menos opções para escolher. Atualmente, apenas 8 países do mundo — Afeganistão, Albânia, Costa Rica, Eslováquia, Macedônia do Norte, Nauru, República Centro Africana e Tonga —têm restrições leves para a entrada de brasileiros em seus territórios.
Com o surgimento da variante amazônica do coronavírus, o aumento desenfreado de casos, com o Brasil na segunda colocação mundial em infecções e mortes, e a vacinação ainda no início, muitos países fecharam as portas para os viajantes vindos do país desde dezembro, e as restrições foram ampliadas nos últimos meses. O mesmo problema é enfrentado por voos e passageiros do Reino Unido e África do Sul, que também descobriram cepas locais.
Segundo levantamento do Skyscanner, site especializado na venda de passagens online, desses países com controle mais relaxado, somente Afeganistão e Macedônia do Norte não têm nenhum tipo de restrição. A Albânia não recebe voos do Reino Unido, Tonga e Nauru não recebem voos da China, e Costa Rica e Eslováquia exigem um resultado negativo de exame PCR para a entrada no país.
De resto, 100 países têm restrições moderadas para receber turistas vindos do Brasil e outros locais, e 117 estão com restrições fortes, que incluem, na maioria dos casos, fechamento de fronteiras para todos que não sejam cidadãos ou estrangeiros com residência fixa no país. Os que permitem algumas entradas exigem quarentena obrigatória de 14 dias.
Estão no primeiro grupo países latino-americanos como Argentina, Bolívia, México, europeus como a República Tcheca e a Ucrânia, e a maior parte dos países do Caribe e da África.
Os destinos mais procurados pelos brasileiros, no entanto, como os Estados Unidos e a maior parte dos países da União Europeia, como Portugal, França, Espanha, Alemanha, além de Japão, China, Austrália e Nova Zelândia, estão todos na lista de restrições fortes, com as fronteiras fechadas para todos os estrangeiros sem visto de residência.
Prejuízo para o setor
Segundo a Associação Brasileira de Agências de Viagem (ABAV), o turismo internacional correspondia a cerca de 40% da procura antes da pandemia. No ano passado, por conta da pandemia, as vendas aconteceram quase que totalmente nos meses de outubro e novembro e, com a maior parte dos destinos internacionais fechados, as vendas para destinos nacionais passaram de 70%.
O baque financeiro para o setor foi forte, as mais de 2,4 mil agências associadas à ABAV, que tinham juntas o faturado de R$ 33,9 bilhões em 2019, viram o movimento cair quase 60%, para apenas R$ 14 bilhões em 2020, segundo o levantamento da associação, que representa cerca de 80% das vendas turísticas do país.
Dados do Banco Central também mostram que janeiro de 2021, mês tradicionalmente escolhido para viagens por conta das férias escolares, teve o pior resultado desde 2006 no gasto feito por brasileiros no exterior: US$ 308 milhões, uma queda de 88,5% diante do US$ 1,44 bilhão registrado em janeiro de 2020, logo antes da pandemia.