As empresas estatais acumularam um déficit de R$ 7,2 bilhões de janeiro a agosto de 2024, segundo dados do relatório de estatísticas fiscais do Banco Central. É o maior rombo na série histórica iniciada em 2002.
Deste montante, 47% (ou R$ 3,374 bilhões) envolvem as estatais federais, enquanto as estaduais respondem por fatia de 53% (R$ 3,858 bilhões). Os números, no entanto, não consideram empresas dos grupos Petrobras (PETR4) e Eletrobras (ELET3)
Como se tratam de empresas controladas pelo governo, cabe ao Tesouro Nacional cobrir eventuais desequilíbrios − o que gera impactos para as contas públicas em um momento sensível para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Veja um comparativo das necessidades de financiamento do setor público ao longo dos anos (ou seja, números positivos exigiram aportes do governo), considerando o mesmo período de janeiro a agosto:
Ano | Fluxos de janeiro a agosto (em R$ milhões) |
2024 | R$ 7212,64 |
2023 | -R$ 5318,15 |
2022 | -R$ 5318,15 |
2021 | -R$ 2638,50 |
2020 | -R$ 3328,13 |
2019 | -R$ 769,96 |
2018 | -R$ 2795,95 |
2017 | -R$ 955,02 |
2016 | R$ 1194,60 |
2015 | R$ 2172,01 |
2014 | R$ 439,80 |
2013 | R$ 202,58 |
2012 | -R$ 1799,19 |
2011 | -R$ 1744,38 |
2010 | -R$ 929,78 |
2009 | R$ 281,56 |
2008 | -R$ 8174,28 |
2007 | -R$ 10956,08 |
2006 | -R$ 12524,94 |
2005 | -R$ 11084,48 |
2004 | -R$ 7114,75 |
2003 | -R$ 3898,58 |
2002 | -R$ 973,64 |
De acordo com os dados do BC, em agosto, o setor público consolidado registrou déficit primário de R$21,4 bilhões, ante déficit de R$22,8 bilhões no mesmo mês de 2023.
No governo central houve déficit de R$22,3 bilhões, e nos governos regionais e empresas estatais, superávits respectivos de R$435 milhões e R$469 milhões. Em 12 meses, o setor público consolidado acumulou déficit de R$256,3 bilhões, equivalente a 2,26% do PIB e 0,03 p.p. inferior ao déficit acumulado nos doze meses até julho.
FONTE: https://www.infomoney.com.br/politica/com-rombo-de-r-72-bilhoes-em-2024-estatais-acumulam-pior-deficit-em-22-anos/