Em uma publicação sutil, mas estrategicamente calculada, o ex-candidato a vice-prefeito da oposição nas últimas eleições municipais, Gean Lucas (PT) reacendeu o debate político local ao lançar, por meio de suas redes sociais, uma pergunta à população ” por que Pimenteiras não pode pensar de no futuro em ter um jovem prefeito, filho da terra”?. A postagem, interpretada por muitos como um sinal de sua pretensão de disputar a prefeitura, provocou reações diversas nos bastidores políticos. Figura conhecida por sua capacidade de mobilização popular, Gean Lucas iniciou sua trajetória política no grupo político da situação, na gestão do ex-prefeito Nonato Marreiros. Com o desgaste político o grupo foi perdendo força e credibilidade, e com o surgimento do nome Venício do Ó com chances reais de vitória, Gean Lucas migrou para a oposição, saiu vitorioso assumiu a Secretaria de Cultura e, posteriormente, foi eleito vereador. Com o capital político fortalecido, almejou junto ao grupo uma vaga como vice-prefeito na chapa situacionista, não obteve espaço por conta de composições previamente definidas. Sem diálogo ou explicações, Gean Lucas colocando suas pretensões politicas como prioridade rompeu com o grupo que o lançou à política e retornou ao grupo anterior — agora oposição —, conseguindo a tão desejada vaga de vice. A chapa, no entanto, foi derrotada nas urnas.
O que chama atenção agora é o momento escolhido para sinalizar nova ambição política. Poucos meses após a eleição, a publicação nas redes sociais sinaliza, ainda que de maneira indireta, que o ex-vice candidato pretende dar um passo adiante em sua trajetória política; embora Tony Feitosa, seu antigo companheiro de chapa, siga mantendo presença na cidade, e ativo politicamente. Diante disso, surgem indagações inevitáveis: haveria, nos bastidores, um racha no grupo de oposição? Teria havido de fato uma reunião com parte do grupo para discutir novos rumos ? Dr. Arraes liderança mais próxima de Gean Lucas estaria ciente de tais pretensões? ou tudo não passa de especulações provocadas pela movimentação precoce do ex-vice Gean Lucas ? Estaria ele se antecipando tentando ocupar um espaço de liderança que ainda não lhe foi conferido oficialmente? As perguntas permanecem sem resposta clara. O que se sabe é que, se por um lado o desejo de crescimento político é legítimo, por outro, as constantes trocas de grupo e a ausência de explicações públicas sobre suas mudanças de rumo levantam dúvidas sobre sua fidelidade política. Se por um lado o desejo de crescimento político é legítimo, por outro, a sequência de mudanças de grupo e o abandono de antigos aliados têm levantado questionamentos quanto à sua lealdade partidária e compromisso político. Em tempos em que a coerência é cada vez mais cobrada pelos eleitores, essas movimentações estratégicas podem ser interpretadas tanto como pragmatismo quanto como oportunismo.
A disputa municipal promete ser intensa — e, ao que tudo indica, já começou nos bastidores e nas redes sociais. Aguardemos pois os próximos capítulos.